O Globo
Os condomínios no Rio registraram aumento de 7,35% no último ano, segundo pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi Rio). O valor está acima da inflação de 6,21% apurada para o período, segundo o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é usado para medir o reajuste da maioria dos contratos de aluguel. Os bairros que registraram maior alta foram o Flamengo (11,7%) e a Lagoa (10,9%), seguidos da Tijuca (9,3%). O motivo da alta é reflexo do aumento dos custos com a mão de obra e com a contratação de serviços de terceiros.
A taxa média cobrada em 17 bairros da cidade passou R$ 5,94 por metro quadrado, em junho de 2012, para R$ 6,37, em maio último. Dos 17 bairros pesquisados, entretanto, em cinco deles a alta ficou abaixo do indicador de preços. São elas: Ilha do Governador, Laranjeiras, Gávea, Botafogo e Méier. Esses dois últimos, aliás, tiveram a menor variação: respectivamente, de 4,8% e 4,2%.
Ainda quanto à Ilha, é dela a menor taxa de condomínio da cidade: metro quadrado de R$ 3,62 — variação de 5,6%. A taxa de condomínio mais alta, por sua vez, continua sendo a da Barra da Tijuca. Em junho de 2012, o metro quadrado no bairro era de R$ 8 e agora está em R$ 8,58, o que representa variação de 7,2%. A Lagoa, que em junho do ano passado ocupava o terceiro lugar na lista, agora é o bairro com a segunda maior taxa.
Segundo o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, já havia expectativa de um aumento no valor da taxa condominial. Isso, por conta da alta dos gastos com mão de obra e com o serviços de terceiros:
— O condomínio tem de ter algumas ações para otimizar as despesas, como programa para economizar água e energia, por exemplo.
Maria Neyde de Almeida, que até abril foi síndica de um prédio em Botafogo, explica que o alto índice de inadimplência dos moradores é um dos fatores que faz encarecer o valor do condomínio. No prédio onde mora, o condomínio aumentou de R$ 520, em 2012, para R$ 600 este ano. Ela também aponta os encargos com a folha de pagamento dos funcionários do condomínio como responsáveis pelo aumento. No prédio dela, geralmente, o reajuste salarial anual é em torno de 6% a 8%, mas em 2013 o aumento foi de cerca de 10%.
— O aumento do salário não é tão grande a ponto de pesar para o condômino, mas os encargos que vem com estes aumentos é que sobrecarrega bastante — afirma.
Segundo ela, o aumento da taxa de condomínio fez com que uma obra na portaria do prédio fosse interrompida. E só não teve nenhuma mudança no quadro de mão de obra porque o prédio alugou o telhado para que uma operadora de telefonia colocasse sua antena. A empresa paga cerca de R$ 7 mil, o que acaba compensando a dívida dos inadimplentes. O problema, segundo ela, é que este valor da antena acaba sendo descontado no Imposto de Renda dos moradores depois.
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