Avaliação supervalorizada de imóveis pela prefeitura eleva valor do ITBI também na Zona Norte

Extra

A avaliação de imóveis pela prefeitura muito acima do valor pago pelos compradores — usada como base de cálculo do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) — não é realidade só na Zona Sul, uma das áreas mais valorizadas da cidade. Moradores da Zona Norte também reclamam do problema. O gerente de estratégia Rogério Quintanilha, de 50 anos, teve um prejuízo de mais de R$ 7 mil no pagamento do imposto incidido sobre o seu apartamento, localizado na Tijuca.

— Com o preço pelo qual o imóvel foi avaliado pela prefeitura, quero até vendê-lo para eles! A avaliação inicial foi 47% acima do que paguei pela unidade. Entrei com um recurso e, para minha surpresa, o valor subiu mais ainda. Depois, eles retomaram o valor inicial, já absurdo — conta Quintanilha.

Além de pesar no bolso dos compradores, os altos valores do ITBI prejudicam as transações fechadas pelas imobiliárias. De acordo com a Apsa, um cliente chegou a desistir de comprar um imóvel localizado no Engenho Novo, vendido por R$ 250 mil, depois de descobrir que a prefeitura o avaliou por R$ 500 mil para calcular o imposto.

Diretor da Apsa e vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), Leonardo Schneider acredita que a alta avaliação dos imóveis feita pela Secretaria municipal de Fazenda ocorre, sobretudo, em áreas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs):

— Com base na valorização que o mercado tem registrado nos últimos anos, a prefeitura pode acabar superestimando algumas áreas. Na Tijuca, as ruas próximas à Rua Uruguai têm o ITBI calculado com base em valores muito maiores do que, de fato, valem os imóveis.