Ofertas de apartamentos de um quarto caem e representam apenas 14% do mercado

22 de fevereiro 2011

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Você já fez aquele bom pé de meia para sair debaixo das asas dos pais. Ou acabou de se separar e não quer passar uma temporada na casa da mãe, ou de amigos. Para resolver a situação, vasculha as páginas dos classificados à procura de um apartamento de quarto e sala. Mas não encontra nada que se enquadre no seu perfil. De fato, os apartamentos com essa tipologia estão cada vez mais escassos na cidade. Em 2010, foram lançados no Rio apenas 107 apartamentos de quarto e sala, contra 15 mil do geral. De acordo com levantamento do Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi-Rio (Cepai) a oferta de moradias para venda com esta tipologia, entre novos e usados, é de apenas 14%.

“Nós temos sentido essa perda de espaço do imóvel de um quarto de pouco tempo para cá. As construtoras praticamente não lançam mais empreendimentos com unidades desta tipologia. Elas preferem os dois quartos, por serem mais versáteis. Caso o cliente queira, pode mudar a configuração para ampliar a sala ou fazer do segundo cômodo um escritório”, explica Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio).

O balanço de lançamentos imobiliários feito pela Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio) revela que houve queda de um ano para o outro: em 2009, foram lançadas 156 unidades; em 2010, foram 107. O presidente da Patrimóvel, Rubem Vasconcelos explica que a baixa participação no mercado dos imóveis com essa tipologia se deve à atual legislação, que obriga as unidades residenciais de alguns bairros do município a terem área útil mínima de 50 ou 60 metros quadrados.

“Estamos vivendo um período de demanda bastante reprimida. A maior parte do apartamentos disponíveis com esse perfil é bem antiga e o número de brasileiros que alcança a condição de morar sozinho está cada vez maior. Mas as construtoras, diante da legislação, encontram mais vantagens na construção de imóveis com dois dormitórios, que atendem a um mercado maior”, explica o presidente.

O consultor de Desenvolvimento Urbano da Ademi, David Cardeman, alerta que em alguns logradouros a metragem mínima de área útil exigida é de 30 metros quadrados. Mas, dependendo do bairro, essa área pode ser de 50 ou 60 metros quadrados.

“A legislação urbanística do Rio não tem uma norma geral para todo o município”, reitera.

Diante dessa equação entre aumento da demanda e diminuição de ofertas, o impacto nos preços não poderia ser dos melhores. A pesquisa do FipeZap – novo indicador que mede inflação de imóveis em seis capitais – aponta que no Rio, em três anos, os imóveis de um quarto foram os que tiveram a maior variação (104,6%), seguidos pelos de dois (93,9%), três (90,8%) e quatro (74,8%). Em 12 meses, os de três dormitórios registraram a maior alta (43,7%), seguidos pelos de um quarto (43,5%), dois (37,8%) e quatro (32,7%).

Segundo o gerente geral de imóveis da administradora Apsa, Jean Carvalho, os quitinetes e apartamentos com um dormitório tendem a desaparecer do cenário carioca.

‘No lugar deles, começam a surgir mais opções de plantas flexíveis e de sala dois quartos”, prevê.

Se você está empenhado em encontrar apartamentos do modelo um quarto, tome nota das regiões que contam com o maior número de oportunidades. Do total de imóveis pesquisados pelo Secovi-Rio, a maior parte das ofertas de quarto e sala está localizada no Centro (40%). Em seguida, vem Copacabana (26%) e Laranjeiras (24%). Leonardo Schneider acrescenta que é possível encontrar unidades na parte antiga de Ipanema e na Tijuca.

Entre os novos empreendimentos, a imobiliária Fernandez Mera vai lançar em breve no Recreio um empreendimento no modelo “double suítes”. São apartamentos com uma planta versátil e que, como o nome diz, oferecem duas suítes em cada extremo, com a sala e a cozinha no meio. Esta configuração permite que o imóvel seja habitado por uma única família ou até por duas sem vínculo, pois uma suíte é independente do restante do apartamento.

“Esse modelo é uma tendência que já foi sucesso no Rio e volta ao mercado com boas expectativas, pois atende às famílias modernas que usam pouco o apartamento e gostam de mordomias, como serviço de quarto, de restaurante, fitness, piscina etc e, claro, atende também aos investidores”, afirma Samuel Schvaitzer, da imobiliária Fernandez Mera.

De olho no turismo de negócios para cidades vizinhas ao Rio por conta da exploração de petróleo e atividade siderúrgica, a empresa também vai lançar este final de semana em Mangaratiba o “Condado”, com opções de planta que contemplam apenas um quarto, num modelo de loft, ou dois quartos. O empreendimento, da Brookfield, tem 230 unidades.

A planta personalizável é outra carta na manga do mercado imobiliário para atender à demanda por apartamentos de um quarto. No caso do Freedom Club Residences, empreendimento da Calçada na Barra, todos os 300 apartamentos tinham 70 m², preços a partir de R$ 229 mil e três opções de plantas. O modelo Family, destinado a famílias que precisam de mais espaço, tem três quartos; o Adventure, tem dois quartos, e o Trend, para solteiros ou casais sem filhos, tem apenas um quarto.

“Sabemos que a demanda por apartamentos de um quarto existe e procuramos atendê-la através da flexibilização das plantas, mas, na prática, quando o cliente compra na planta, ele pensa a longo prazo e acaba optando por um apartamento de dois quartos, seja pensando em casar ou até mesmo ter um escritório. No Freedom, nenhum comprador optou pela planta de um quarto, por exemplo”, afirma Bruno Oliveira, gestor de marketing da Calçada.

Fonte: Zap

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